terça-feira, 19 de outubro de 2010

O ex-sonhador

Esvaiu-se o alvor do véu
na escuridão vasta da nebulosidade
o ocidente ficou lívido
nas dimensões lúgubres da infinidade
e nos escombros sinistros do destino
o horizonte calou-se o seu fulgor.

Esquecidos foram os sonhos tantos
a vida tão pujante já não tem nehum valor
o futuro não é mais a esperança
e o tema preferido deixou de ser o amor

Os sentimentos estão esfacelados
o sorriso imaculado, ficou tenebroso
em luto, a alm'agoniza entorpecida
e o merencório coração, jorra sangue embranquecido.

No dilema de uma realidade turva:
a sina agora é vagar inconsciente,
pela incerteza truculenta de um tempo.


Esquecidos foram os sonhos tantos

Causticado

Racismo, preconceito,
isso é repugnante!...
Eu não tenho uma chance
sou mais um nesta cidade
aprisionado na própria liberdade
não tenho amigo
não tenho emprego
não tenho dinheiro
nem paradeiro
pela polícia ando perseguido
sou visto como um bandido
voto de eleição em eleição
mas ninguém me vê com cidadão
entorpecido pela dor da fome
não lembro mais ne o meu nome
nesse mundo extenuado
dizem até que em drogas sou viciado

Será que tudo issoé por quê sou negro?
Ou por quê ando rasgado?
Por quê sou tão humilhado?
Isso não é discriminação?
Por quê nniguém me estende a mão?

Racismo preconceito,
isso é repugnante!...

Mais que uma ilha

Mais que uma iha
um sonho permanente
tu és um paraíso, pomposa
a flor mais bela, deusa fagueira, venturosa
tens na tua alma a arte escrita
e no teu seio amor que não se limita.

Olor da pureza, dádiva da natureza
maestria das rimas e estética beleza
o teu universo é como o arco-íris
os teus prodígios são infindáveis
nas tuas fontes reverbera o sol da inspiração
e nas tuas planícieis, a lua da constelação.

Cantas em versos e prosa
és poesia, magia, uma melodia
a lembrança que para sempre fica
és hospitaleira, aconchegante, o paradeiro
Mosqueiro, tu és paixão que contagia
a vida inteira

A ilha....


Oh! Que ilha amada e maravilhosa,
é um paraíso a tua formosura;
ilha d'água doce, clara e pura;
uma ilha límpida e esplendorosa.

Oh! Que ilha tão bela, de alma tão próspera,
de luar tão claro e vento tão brando,
de céu tão estrelado e ar purificado;
uma ilha venusta e tanta cultura.

Oh! que ilha fértil, de um sol imponente;
ilha cristalina e tanta riqueza;
uma ilha ardente de tanta gente.

És a ilha dos sonhos, és mui querida!
Só não te goza quem não te conhece
e entre tantas és a preferida!

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

A festa

Era um lugar fadado,
cercado das flores mais belas.
Um mágico cenário
para a realização duma festa luxuosa,
em homenagem às estrelas mais brilhantes.
Todos os convidados compareceram àquela solenidade:
A noite albente vestia o manto sagrado;
O céu estava deslumbrante com um colar de pérolas;
A lua cheia oscilava banhada do ouro mais puro;
A brisa serena tocava a todos como uma noiva virginal,
mas ninguém chamava tanta atenção como as protagonísta do evento.
Só que no meio daquela festa, eis que surge
uma tímida e linda estrelinha,
com trajes humildes e um semblante inocente,
trazendo com ela um sorriso espontâneo,
um olhar envolvente;
deixando os convidados radiantes,
mas pálidas e doentes de invejas as donas da festa,
porque viram que a estrelinha tinha o brilho
mais forte que o delas.

Magnetismo

Oh! quão majestosa é a lua cheia!
Encanto-me ao ver quanta beleza,
Desvairado, minh'alma fica alheia,
Co' a formosura da sua grandesa
e, quando dourada o céu incendeia,
Fulgurante é a luz da sua pureza.
Uma graça intangível oscilada,
Dádiva que de encantos é banhada.

Mosqueiro

Magnífico glamour e opíparo frescor
Odor que deriva das flores
Semente que brota alegria, fascina
Querida, adorada, fadada a saciar
Uma delícia, o hino do coração do amor
Esperança que ilumina a vida, alucina
Inspiradora, o lume dos olhos do mar
Resplandecente como o sol do amanhecer
O alimento que vigora o verão do prazer

Ninfa cabocla


Cá Ninfa cabocla! Vem co'aquele vestido azul...
Esmera, co'aquele batom... dá-me um beijo ardente!
Diante do marinho horizonte,
Espontânea ao vento, sem olhar pro sul.

Resvalando no alvorecer albente, à beira-mar, suavemente,
Embalando as ondas, o arrebol refulgente,
Sob a brisa do mar- tu- exalando da rosa o perfume,
Esmera, co'aquele batom, beija-me,
Diante do marinho horizonte.

Re-sentimento

Ah! A minha terra amada...
Terra do açai, do tacacá
do gracejo risonho das mangueiras
do resplandecer d'aurora
nas águas cristalinas das ribeiras.

Ah! A minha terra amada...
Terra do carimbó pai d'égua
do teatro da paz, do ver-o-peso
da incansável multidão de fé
na procissão do círio de nazaré

Ah! A minha terra amada...
terra da estação das docas
do mangal das garças, do hangar
das torcidas apaixonadas
no emocionante clássico Re X Pa

Ah, minha terra amada
a saudade em atormentar-me, teima
queria que cá, fosse como tu
queria que o destino me levasse
para dos teus encantos inda desfrutar


Ah! A minha terra amada...

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Mosqueiro

Mosqueiro é uma ilha fluvial localizada na costa oriental do rio Pará, no braço sul do rio Amazonas, em frente à baía do Guajará. Possui uma área de aproximadamente 212 km².

A ilha do Mosqueiro é um distrito administrativo do município de Belém e dista 70 Km de Belém continental. Possui 17 km de praias de água doce com movimento de maré. O nome "Mosqueiro" é originário da antiga prática do "moqueio" do peixe pelos indígenas tupinambás que habitavam a ilha.

Índice [esconder]
1 Colonização de Mosqueiro
2 Praias
3 Gastronomia
3.1 Pastéis do Seu Oliveira
3.2 Tapioquinhas
4 Esporte
4.1 Pedreira Esporte Clube

Colonização de Mosqueiro
A valorização da ilha do Mosqueiro, balneário distante 70 quilômetros de Belém por rodovia, teve início no final do século XIX e está ligada ao ciclo da borracha. Foram os estrangeiros, atraídos pela exuberância da economia da capital, os primeiros a valorizar a ilha como local de veraneio. Foram eles que construíram os casarões que ainda hoje podem ser vistos em torno da orla das praias do Farol, Chapéu Virado, Porto Arthur e Murubira. Os barões da borracha encamparam a descoberta. Começava assim o processo de ocupação da ilha.

O rio era então o único meio de acesso desta incipiente ocupação. A expansão vigorosa do processo ocorreria somente em 1968 com a inauguração da estrada, interligada por balsa. Foi um marco para a aceleração da especulação imobiliária, que se expandiu em direção às praias do Ariramba e São Francisco. A partir de 1976, a ocupação voltou a se intensificar com a construção da ponte Sebastião Oliveira.

Em Mosqueiro, os colonizadores se estabelecem nos terrenos altos, os "caris” na língua indígena, próximo da enseada, onde dispunham de segurança para suas embarcações. Quando chegaram à ilha, os portugueses já encontraram os índios Tupinambás (os "filhos de Tupã"), que fugiram do Nordeste após as invasões estrangeiras no litoral brasileiro. Bastante evoluídos para a época, os Tupinambás sabiam falar a língua geral, o Nheengatu, devido ao contato mantido com os estrangeiros. A partir do ciclo da borracha, a vila entrou num processo de grandes mudanças. Junto com Belém, Mosqueiro passou a conviver com a riqueza e o luxo e a usufruir as benesses trazidas pelo acelerado desenvolvimento registrado na capital. Chegaram os ingleses da "Pará Electric Railways Company", responsáveis pela instalação de energia elétrica e de meios de transportes interno. Vieram também alemães, franceses e americanos, funcionários de companhias estrangeiras como a "Port of Pará" e a "Amazon River".

De acordo com o IBGE, caso fosse emancipada, Mosqueiro, com 28 mil habitantes, estaria entre os municípios paraenses de médio porte. Os moradores, porém, não aceitam os números do censo. Para eles, a população está em torno de 50 mil.

Praias
Areão
Trapiche
Do Bispo
Praia grande
Prainha
Farol (Ilha do Amor)
Chapéu Virado
Porto Artur
Murubira
Ariramba
São Francisco (Fica isolada entre Carananduba e Ariramba)
Carananduba
Marahu
Paraíso
Baía do Sol
Nos meses de julho as ilha chega a ter cerca de 300.000 pessoas, veranistas de todo o Brasil e de fora aproveitam o mar com ondas elegantes e as festas do verão.

Gastronomia Pastéis do Seu Oliveira
Na praia do Ariramba há um estabelecimento comercial cujo proprietário, o Sr. Oliveira - já falecido -, notabilizou-se pelos pastéis de sabor bem especial.

Tapioquinhas
Na Vila, dezenas de pequenas vendas oferecem ao visitante as tapioquinhas feitas com amido de mandioca. Peixes como pescada branca,pescada amarela,filhote,cação,sarda, frito,cozido ou assado,camarão rosa,sururu,siri,casquinha de carangueijo tudo isso gastronomia local.

Tacacá Esperança

Esporte
Pedreira Esporte Clube
Ver artigo principal: Pedreira Esporte Clube
A ilha de Mosqueiro possui uma equipe profissional de futebol: o Pedreira Esporte Clube, que disputa o Campeonato Paraense de Futebol. A equipe, apelidada de Gigante da Ilha, foi fundada em 7 de setembro de 1925, e seu melhor resultado foi em 1995, quando alcançou o quinto lugar.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

A ribeirinha

É distinta, sensível e fagueira;
Sua fidelidade é incessante
E dela a solidão passa distante;
Palpitosa é a musa de ribeira.

Eis que infinita é a sua beleza;
a su'alma é cristalina, de criança;
No seu coração mora a temperança
E no seu corpo, a essência da pureza.

É uma deusa fremente, amorosa,
Maravilhosa, uma mulher candente;
É espontânea e sempre virtuosa.

Esmera e sua voz tem um dulçor...
No seu olhar luzi um viço ascendente;
É cordial, gentil, de mui vigor!...

Soneto

Apareceu como antes,
tão esbelta e radiante,
era como o rio lançado ao mar,
o seu encanto.

Deixei-me seduzir
no esplendor tão forte daquele olhar,
na beleza sublime daquele sorriso,
na doçura lisonjeira daquela voz.

Cheguei ao mais absoluto inconsciente,
um impulso repentino embeveceu-me inteiramente,
fazendo-me entregar àquele êxtase indecifrável de contentamento.

Mas ao refletir minha imagem no espelho,
o que contemplei foi a saudade, mais uma vez me consumindo,
era um devaneio do meu espectro pensamento, no firmamento.

A vida

A vida as vezes é pérfida, engana;
é fonte de água fria que congela a face rguida;
é uma forte depressão que inibe o otimismo;
é mergulhar profundamente numa sorte poluída.

A vida as vezes é só felicidade, alegria;
é uma doce harmonia que ressuscita a alma jazida;
é um gozo prazenteiro no azul do firmamento;
é alcansar o impossível e amar perdidamente.

A vida as vezes é severa; é impolgante;
é pranto, em seguida encanto radiante;
é sentir-se aprisionado num carcere sangrento.

A vida é mesmo de difícil entendimento, inesplicável;
é glorificar com impeto e perder-se num austero lamento;
a vida é morrer a todo instante, mas viver eternamente.

Longitude

Caramançhão Capela


Enquanto a auréola apresentava-se sisuda,


a soledade do caramançhão parecia


conformada perante um olhar estendido


na amplitude da incerteza.




Ainda era possível sentir o cheiro de terra molhada;


a capela colorida espargia sua essência transparente;


o chapéu-virado era o cenário das lágrimas


constantes de um sorriso decadente.




Pela orla somavam-se as fugidias areias;


a noite silente com su'aura lisonjeira,


tocava o rio que ria em direção ao mar pesqueiro.




Tudo existia normalmente...


todas as cousas viviam, eram evidentes,


só o otimismo não se erguia na longitude do desejo.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Esplendor


Do trapiche se ouvia triste melodia,

Uma saudade empanava uma lembrança fria,

Era pálida, o sol não reluzia:

A noite se fez no meio daquele dia.


O céu cinzento, a tarde não se erguia,

O mar adormecido, sua única esperança, assim, jazia,

Uma solidão profunda saltitava, ria

Daquela face desfigurada, sombria.


As árvores quietas, o vento mudo, tudo perecia;

O prazer já não mais se fazia;

Até o silêncio calou-se naquela tarde vazia.


Mas, distante, uma luz então refletia e tudo revivia...

Era doce, suave, misteriosa e bela; ressurgia

Espraiando-se nas trilhas do sonho que evadia.

Voluptuosa

Para onde foi a morena faceira,
Deixando mil corações a esperar?
Sacudindo sua negra cabeleira,
Decerto saiu para namorar!

Com todo seu charme e cheia de prosa,
sai a oferecer amor por inteira;
A rapariga doce e primorosa,
É uma cabocla namoradeira!

Encanta té o estelar e o lunar,
Seduz no aroma do seu corpo cálido,
Almeja todo corpo, todo olhar.

-vivo de amar - está sempre a dizer.
Tresvaria-se em infindos desejos,
E dá-se sem limites ao prazer.

Desejoso

A airosa aurora rompe as flóreas alvoradas,
Das benfazejas ribeirinhas palpitantes
E os pássaros peregrinos, radiantes,
Exibem seus primores para as nuvens argetadas.

Erguem-se as tardes prazenteiras, então os ventos adejantes,
Desfraldam pelos ares o canto mavioso,
Das frondes odoríferas com o sol majestoso
Refletindo envaidecido os seus raios cintilantes.

Eis as noites gracejosas, assim o eterno céu estrelado,
Com o riso esculpido da lua oscilante,
Passeia triunfante apreciando o mar ondulado.

Ah! Se asssim como os dias deleitantes,
Despontasse do infinito um horizonte de mil cores,
Entrelaçando-se um destino, renovando meus amores!

Enamorado


Te encontro quando no céu constelado,
Exibi-se a lua repleta e pura,
Suntuosa, sobre o mar ondulado,
Oscilante, luzindo de ternura.

Te encontro quando reflete no poente
O sol imponente tecendo o alvor,
Esbelto, sobre o lume do horizonte,
Ostentoso, ebrioso de fulgor.

Te encontro no canto terno das aves,
Na areia na praia, no odor das flores,
No arvoredo, na brandura dos ventos.

No frio, no calor, na rima dos versos,
Nos contos, nas prosas, o tempo inteiro,
Te encontro sempre perfeita, Mosqueiro!

O sarau


As ruas e os automóveis cochichavam sem parar;
a matriz não entendia o tom do sábado enluarado;
os bancos da praça espichavam-se por trás
de centenas de cadeiras estendidas na grama.

Todos queriam contemplar o acontecimento:
mangueiras, açaizeiros, conversavam extasiados,
já o coreto mantinha-se calado
perante a grandiosiade do evento.

Versos em branco, outros rimados,
poetas sonhando, outros airados;
aplaudia-se de pé as obras recitadas.

Muita emoção, amor, solidão,
magnetismo, prazer, inpiração...
o que queria dizer não precisava saber, apenas se sentia.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Súplice

Esparze aquela doçura espontânea,
Ditosa e benigna pupila olente,
E dá-me o lis da vossa nívea,
Como o esplêndido luzir do ocidente!

Esvoaça aquele encanto selênico,
Sobre as águas argênteas, docemente,
E dá-me a luz do vosso olhar angélico,
Como o etéreo fulgor do sol ponente!

Deusa devota e extrema castidade,
Como a brisa que beija a noute amena,
Dá-me, dá-me a vossa infinda beldade!

Oh, céus! Oh, incessante desventura!
Como pode viver valer a pena,
Se tenho na fortuna tanta agrura?