terça-feira, 18 de maio de 2010

Súplice

Esparze aquela doçura espontânea,
Ditosa e benigna pupila olente,
E dá-me o lis da vossa nívea,
Como o esplêndido luzir do ocidente!

Esvoaça aquele encanto selênico,
Sobre as águas argênteas, docemente,
E dá-me a luz do vosso olhar angélico,
Como o etéreo fulgor do sol ponente!

Deusa devota e extrema castidade,
Como a brisa que beija a noute amena,
Dá-me, dá-me a vossa infinda beldade!

Oh, céus! Oh, incessante desventura!
Como pode viver valer a pena,
Se tenho na fortuna tanta agrura?

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