quarta-feira, 26 de maio de 2010

O sarau


As ruas e os automóveis cochichavam sem parar;
a matriz não entendia o tom do sábado enluarado;
os bancos da praça espichavam-se por trás
de centenas de cadeiras estendidas na grama.

Todos queriam contemplar o acontecimento:
mangueiras, açaizeiros, conversavam extasiados,
já o coreto mantinha-se calado
perante a grandiosiade do evento.

Versos em branco, outros rimados,
poetas sonhando, outros airados;
aplaudia-se de pé as obras recitadas.

Muita emoção, amor, solidão,
magnetismo, prazer, inpiração...
o que queria dizer não precisava saber, apenas se sentia.

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